Sobre Alegria e Esperança: pensar a docência no diálogo entre Paulo Freire e Spinosa

Abstract

O objetivo deste ensaio é explorar as potencialidades do diálogo entre Paulo Freire e Baruch de Spinosa a respeito dos conceitos de alegria e esperança, e, ainda, de como estes são fundamentais para se pensar a prática docente na perspectiva libertadora, que é sempre dodiscência, ou seja, troca entre quem aprende e quem ensina. Trata-se de uma pesquisa teórica e exploratória, com o fim de auxiliar em práticas educativas libertadoras, a partir de uma homenagem ao «Patrono da Educação Brasileira», especialmente na Pedagogia da Autonomia. Para Spinosa, os seres humanos são seres de afeto, ou seja, que se constituem nas relações, afetados por outros, e estes afetos podem ampliar ou reduzir nossas possibilidades de ação. A alegria é um afeto que amplia nossa potência de agir, sendo a tristeza o oposto disso. E a esperança é a alegria, desta mesma forma, porém, margeada pela dúvida de que algo possa ocorrer. A docência vincula-se com a alegria e a esperança, em Paulo Freire, porque que a alegria é o encontro de duas esperanças que se comunicam fecundamente e interagem para se expandir. O artigo está dividido em duas partes: na primeira trazemos as reflexões spinosanas sobre alegria e esperança. Na segunda aprofundamos o cerne da discussão, que é esta concepção de alegria e esperança na docência, pela via de Paulo Freire.